Fundamentalismo vs. mediación

En Somos máquinas sensibles de prototipado planteaba que el prototipado, que puede recibir denominaciones muy diferentes, representa un elemento central de la cultura contemporánea. No importa tanto alcanzar una respuesta final como el proceso, algo que la modernidad y posmodernidad olvidaron u ocultaron activamente.

Hace un tiempo la revista brasileña Cult publicó una entrevista con Bruno Latour donde planteaba la importancia de los medios y las mediaciones La tradición occidental moderna y posmoderna, al olvidarse de las mediaciones, nos condenaron al fundamentalismo. Latour plantea que la cultura brasileña es más próxima a este enfoque que la euro-nortemericana («occidente»). De hecho hasta el propio sincretismo religioso podría ser entendido como una forma de prototipado cultural. Esta es la parte de la entrevista donde abordan estas cuestiones:

CULT – Mas qual é essa tradição iconoclástica que o senhor menciona em relação ao Brasil?

BL – Fazer proliferar os ídolos, tanto uns como os outros, com toda a liberdade possível. No Brasil, não se imagina de imediato que os ídolos estão lá para serem destruídos. Há uma grande compatibilidade de cultos. Veja, por exemplo, a história das religiões. Ela é interessante. O que chamamos de sincretismo, de amálgama, tudo isso teve um início: foi a maneira como foi vista a história europeia no Brasil. Mas tudo isso se passou de forma diferente. O iconoclasmo emerge na tradição antropofágica, por exemplo. E o iconoclasmo é importante para os euro-americanos, pois enquanto não fizermos o luto desse iconoclasmo, não compreenderemos nada do que é a noção de construtivismo, não respeitaremos jamais as mediações, e portanto cairemos no fundamentalismo. O fundamentalismo é uma espécie de modernismo monstruoso. Não quero dizer que o modernismo foi sempre um fundamentalismo, mas a partir do momento em que ele retira todas as mediações, ele o é.

Depois da passagem do pós-modernismo, que é um momento de liberação e divertimento, ele ainda se quer ater à verdade, sem se ater aos meios. Caímos então no fundamentalismo, é a única solução. Os modernistas e os pós-modernistas que assim o fizeram deixaram como herança apenas o fundamentalismo àqueles que ainda buscam as verdades, e esses ainda são os que poderíamos considerar “os do bem”, os que procuram a verdade. Se nós privarmos os que buscam a verdade dos meios, não há outra forma de alcançá-lo senão através do fundamentalismo, seja através do texto, dos livros sagrados (no caso da religião), ou em outros casos. Hoje, podemos ser fundamentalistas nas ciências, na política etc. Pois não há mais os intermediários, as mediações. O respeito pelos meios, pelas mediações, é algo que os brasileiros sabem fazer muito melhor do que os franceses. Nós, euro-americanos, esvaziamos inteiramente os meios para se buscar a verdade. E aqui novamente a teoria da ciência tem uma participação, pois para respeitar as ciências, temos que respeitar os meios que fazem a ciência. Isso parece de uma banalidade imensa, mas o fato é que isso resta sendo um assunto sobre o qual há ainda muita controvérsia, pois existem ainda pessoas que querem a ciência sem respeitar os meios. Os “modernos” são realmente bizarros!

Un comentario

  1. Me ha parecido bastante interesante el punto de vista desd eel cual has escrito esta entrada, asi que espero volver a leerte pronto, porque da gusto!

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